
Eu resolvi postar meu trabalho final de Análise do Discurso por ue há muito tempo ueria escrever algo sobre Vitamin e Suenobu Keiko. Tive a oportunidade de fazer o trabalho e acho que ficou bom, apesar de não ter recebido a nota ainda. Então, estou postando....
Introdução
O objetivo deste ensaio é estudar como problemas sociais como o bullyng são apresentados em um mangá e qual sua importância para os leitores desse tipo de publicação.
O mangá, história em quadrinhos japoneses, vem ganhando espaço no mercado consumidor brasileiro já há alguns anos. No Brasil, grande parte dos leitores de mangá é adolescente. Geralmente quando um mangá chega ao Brasil, precisa ser reclassificado quanto a faixa etária indicada e muitos tem sua publicação interrompida por que a editora descobre que seu conteúdo é inadequado para os adolescentes brasileiros. Dessa forma, mangás que no Japão são destinados à adolescentes a partir de 11 anos, no Brasil são considerados impróprios para leitores menores com menos de 16.
Com base nos estudos do mangá Vitamin da mangaká, desenhista de mangás, Suenobu Keiko, este ensaio tenciona estudar como a autora aborda em suas obras destinadas a adolescentes, temas que a sociedade brasileira considera inadequados para o público mais jovem e com qual intuito ela faz isso.
Suenobu Keiko é bastante famosa no Japão, embora não tenha muitas obras publicadas. Seu sucesso se deve principalmente por ela tratar de temas polêmicos que, ainda que freqüentes na sociedade japonesa, não são tratados abertamente na mídia, na escola ou em família devido a um forte tabu. Suas obras seguem a linha shoujo, histórias voltadas para o público adolescente feminino. O fato de ela tratar temas como estupro e bullyng em um mangá cujo público alvo são os adolescentes pode chocar a sociedade ocidental, mas em um país como o Japão, onde algumas meninas de 11 anos se prostituem para ter acesso a coisas fúteis como batons e roupas da última moda, as chamadas Gals, mangás com conteúdo mais pesado com o intuito de orientá-las não é apenas normal, mas necessário. Suenobu Keiko não é a primeira a discutir sobre o bullyng em suas obras. Outros já fizeram isso, contudo nenhum com a sensibilidade e realismo de Suenobu. A forma como ela dá voz aos conflitos internos e à memória das personagens, faz com que a distância entre leitor e personagem se estreite. A proximidade proporcionada pela narrativa dessa mangaká fez com que ela se tornasse uma das profissionais mais respeitadas em seu meio.

O modo enunciativo, o narrativo e como esses interagenm com a tematização presente nessa obra, serão analisados nesse trabalho. Vitamin é uma mangá que trata principalmente sobre o bullyng, mas também abre espaço para discutir qual seria o papel do adulto quando o adolescente passa por problemas que não é capaz de solucionar sozinho. O papel da mulher também é discutido, assim como qual deveria ser sua postura diante das situações que o homem deseja lhe impor. A delicada relação entre mãe e filha na sociedade japonesa é apresentada como um dos fatores determinantes para que a personagem vitima de bullyng possa superar ou não seus traumas.
Usaremos conceitos da Análise do Discurso para tentar entender as estratégias discursivas utilizadas pela autora para atingir seus leitores. Uma vez que a AD busca técnicas que possam ajudar a interpretar o texto, através dela, é possível encontrar um sentido além das restrições do signo e significado da palavra por si só ou apenas dos traços do desenho.

1. Alguns elementos teóricos
1.1 O modo enunciativo
O Enunciativo é uma categoria do discurso atenta para a maneira como o falante se expressa no ato de comunicação. Esse modo tem como função dar “conta da posição do locutor com relação ao interlocutor, a si mesmo e aos outros” (CHARAUDEAU,2008, p.82) Nessa categoria a situação de comunicação, ou seja, o propósito do enunciador ao falar é analisado dentro de três funções:
-Alocutivo - Relação de influência entre o locutor e o interlocutor. O locutor se coloca numa relação de poder influenciar enquanto que ao interlocutor cabe a posição daquele que pode ser influenciado.
-Elocutivo – O ponto de vista o locutor. O mundo é mostrado tal como o locutor vê e é apresentado ao interlocutor sem que este possa interferir na visão que lhe é mostrada.
-Delocutivo – Retomada da fala de um terceiro. O locutor toma o discurso de outro e o apresenta tal como é ao locutor, sem, contudo assumir responsabilidade por ele, uma vez que não é seu autor.
O modo enunciativo, por tratar da posição do locutor, intervém nos três Modos de organização:
ENUNCIATIVO:
DESCRITIVO
NARRATIVO
ARGUMENTAIVO
1.2 O modo narrativo
É um modo que procura transmitir alguma coisa a um destinatário. Ao contrário do descritivo que procura apenas apresentar um mundo que se supõe existir, o modo narrativo constrói um mundo “no desenrolar de uma sucessão de ações que se influenciam às outras e se transformam num encadeamento progressivo.” (CHARAUDEAU, 2008, p.157)
O modo de organização narrativa caracteriza-se por uma articulação dupla:
- A organização da lógica narrativa volta-se para o mundo referencial e dar-se através de uma “construção de uma sucessão de ações segundo uma lógica que vai construir a trama de uma história.” (CHARAUDEAU, 2008, p.158)
- A organização da encenação narrativa dar-se através da “realização de uma representação narrativa, isto é, daquilo que faz com que essa história, e sua organização acional, se torne um universo narrado”. (CHARAUDEAU, 2008, p.158)
1.3 A tematização
A tematização pode ser explicada como o processo de definição dos problemas e formação da opinião pública sobre o mesmo. Ela aponta para os problemas explícitos e, muitas vezes, implícitos no conteúdo analisado e os expõe para que o público tome conhecimento deles. Através dessa exposição, o público pode refletir e formar uma opinião sobre o assunto.
2. Estrutura dos mangás
Mangá é o nome das histórias em quadrinhos de origem japonesa. O nome é formado pela junção de duas palavras: man, que significa involuntário, e gá, que quer dizer imagem.
A diferença entre o mangá e as histórias em quadrinhos ocidentais não está apenas na origem. A representação gráfica tem suas próprias especificidades, a leitura de um mangá começa pelo que seria o fim de uma publicação ocidental e o texto é disposto da direita para a esquerda.
Outra diferença é que cada volume dos quadrinhos ocidentais tem em média 50 páginas enquanto que o mangá costuma ter em torno de 200, o que proporciona um aprofundamento maior das histórias por elas serem mais longas.
O mangá ainda se divide em gêneros que dependem da faixa etária e do gosto do leitor.
Shonen – Destinados a garotos entre 11 a 17 anos e geralmente envolve cenas de ação e comédia. Embora, voltado para garotos, esse tipo de mangá também é muito consumido por garotas.
Shoujo – O shoujo é feito tendo em vista as adolescentes, porém existem muitas mulheres adultas que os consomem e até mesmo homens.
Seinem – Voltado para o público masculino entre 18 e 30 anos, mas comumente lido por homens mais velhos.
Josei – Destinado a mulheres com mais de 18 anos. Esse gênero pode ser classificado como uma versão mais adulta do shoujo.
Esses, entre outros, constituem os principais gêneros de mangá, sendo que dentre os mesmos pode-se encontrar gêneros diferentes como cientifico, terror, drama e outros.
O enunciativo no mangá de Suenobu Keiko
O modo como a mangaká Suenobu Keiko se expressa em Vitamin é tão forte que alguns críticos chegam a cogitar a possibilidade desse mangá ser uma espécie de autobiografia. Em seus traços e diálogos, Suenobu tenta transmitir ao leitor, a decadência do sistema escolar e da família tradicional japonesa. Há uma critica implícita a forma como os adultos deixam que as crianças resolvam seus problemas sem darem ao menos um apoio. Nas cenas em que a protagonista yarimizu reflete sobre sua situação, a mangaká dá voz aos pensamentos da adolescente, esses são, na verdade, seus próprios pensamentos, sua maneira de ver o mundo, porém expostos pelo drama da personagem.
É importante ressaltar que pelo ponto de vista de Suenobu, Yarimizu é a vitíma, mas não apenas do bullyng. A adolescente também sofre com o comportamento do namorado. Ela se sente incomodada com o sexo e com os locais que o namorado escolhe para praticá-lo, mas é incapaz de se impor. Ela simplesmente age como todos esperam que uma garota com namorado aja. Tem momentos em que ela não quer se encontrar com Kouta, mas suas próprias colegas lhe impõem o papel de namorada que deixa de sair com as amigas para namorar e ela aceita. Essa aceitação de Yarimizu é muito freqüente no decorrer da história. Através da passividade da personagem, Suenobu questiona a posição da mulher diante do que a sociedade e principalmente os homens esperam delas. Será mesmo certo que as mulheres, assim como acontecia nas décadas passadas, não possam discordar de seus parceiros ou terem uma vida independente? É o que a autora parece perguntar nas cenas de Yarimizu e Kouta.
O modo como a mangaká Suenobu Keiko se expressa em Vitamin é tão forte que alguns críticos chegam a cogitar a possibilidade desse mangá ser uma espécie de autobiografia. Em seus traços e diálogos, Suenobu tenta transmitir ao leitor, a decadência do sistema escolar e da família tradicional japonesa. Há uma critica implícita a forma como os adultos deixam que as crianças resolvam seus problemas sem darem ao menos um apoio. Nas cenas em que a protagonista yarimizu reflete sobre sua situação, a mangaká dá voz aos pensamentos da adolescente, esses são, na verdade, seus próprios pensamentos, sua maneira de ver o mundo, porém expostos pelo drama da personagem.
É importante ressaltar que pelo ponto de vista de Suenobu, Yarimizu é a vitíma, mas não apenas do bullyng. A adolescente também sofre com o comportamento do namorado. Ela se sente incomodada com o sexo e com os locais que o namorado escolhe para praticá-lo, mas é incapaz de se impor. Ela simplesmente age como todos esperam que uma garota com namorado aja. Tem momentos em que ela não quer se encontrar com Kouta, mas suas próprias colegas lhe impõem o papel de namorada que deixa de sair com as amigas para namorar e ela aceita. Essa aceitação de Yarimizu é muito freqüente no decorrer da história. Através da passividade da personagem, Suenobu questiona a posição da mulher diante do que a sociedade e principalmente os homens esperam delas. Será mesmo certo que as mulheres, assim como acontecia nas décadas passadas, não possam discordar de seus parceiros ou terem uma vida independente? É o que a autora parece perguntar nas cenas de Yarimizu e Kouta.

A narrativa de Vitamin
A narrativa de Vitamin segue a ordem linear em quase todo o mangá. Cada cena segue a ordem cronológica e há pequenas digressões que apresentam cenas do passado para justificar a situação que a personagem vive no presente.
No entanto, a autora inseriu poucas cenas do passado. Ela optou por repetir os diálogos já ocorridos como se esses, livres da imagem, dialogam-se diretamente
com a consciência da personagem. Ela interage com esses diálogos já decorridos como se ainda estivessem acontecendo. Na presença de adultos ela os questiona e pede ajuda, porém apenas em sua consciência, as palavras não chegam a ser pronunciadas. Isso demonstra a distância que existe entre os adolescentes e os adultos. Quando está sofrendo o bullyng, Yarimizu pergunta o motivo pelo qual seus amigos estão fazendo aquilo com ela. Como todos são adolescentes, ainda que a situação a coloque em uma posição de difícil, ela se sente no direito de questionar. O mesmo não acontece entre ela e o professor ou a mãe. Nos momentos em que Yarimizu relembra as agressões sofridas, as cenas são alteradas para o seu ponto de vista. Os amigos são mostrados, em sua lembrança, mais terríveis que nas cenas que mostram o que de fato ocorreu. Nos momentos em que a personagem protagonista pondera sobre a possibilidade de retornar a escola e acaba por se lembra da presença dos agressores a imagem deles também é distorcida tornando-os semelhantes a monstros. Ao sonhar é perturbada pelos rostos dos colegas. Fato interessante é que no quadro que mostra os colegas de Yarimizu em seu sonho, os dedos da personagem líder das agressões saem das margens dando a impressão de que ela é capaz de feri-la, mesmo em sonho.
O modo como Suenobu intercá-la as reflexões da adolescente Yarimizu Sawako com as lembranças das palavras dos pais remete a influência que a opinião dos outros tem em sua confusão mental. O relato das lembranças e as reflexões da adolescente seguem uma ordem cronológica. Yarimizu lembra, em seguida reflete em resposta a lembrança. Em sua mente ela responde aos comentários aos quais não foi capaz de rebater no momento em que se deram. Não é apenas o fato da inibição que a impediu de responder os comentários no momento exato em que se deram, ela precisa de um tempo para refletir sobre as palavras dos pais e sua situação. Ainda que sua resposta seja pouco argumentativa, é fruto de uma avaliação da consistência das opiniões que ouviu e da situação vivida por ela.

A familia é a base para superar a depressão
Em seu mangá, Suenobu Keiko trás a tona um problema freqüente nas escolas japonesas, o ijime (bullyng). Esse termo define toda forma de agressão e intimidação exercida por alunos mais fortes contra outro ou outros mais fracos. Porém o enredo desenvolvido por ela mostra muito mais que agressão na escola. O distante relacionamento entre pais e filhos, a atitude conivente dos professores diante das crueldades praticadas por alunos mais fortes contra alunos mais fracos e também a total submissão da mulher aos desejos do homem são os problemas discutidos nesse mangá.
A adolescente Yarimizu Sawako, 15 anos, mora com a mãe e o pai e vive sob a sombra da irmã universitária. Sua mãe quer que ela siga o exemplo da irmã e vá para uma Universidade de prestigio. No Japão, o estudo é obrigatório somente até o ginasial. Para que um aluno faça o colegial ele deve passar pelo vestibular para ser aceito em um colégio. Por isso Yarimizu estuda bastante. Ela quer entrar para um bom colégio para ter mais chances de passar no vestibular de uma universidade de renome e assim deixar sua mãe orgulhosa. Seu namorado é um rapaz inteligente e aparentemente gentil, Kouta, mas que na verdade a força a fazer sexo com ele onde e quando ele quer. Yarimizu tem problemas com sexo. Ela não gosta, porém aceita fazê-lo para não contrariar o namorado. Seu trauma é tão forte que ela não tem coragem de contar às amigas ou a família sobre isso. No fim da aula, Kouta a força a fazer sexo com em uma sala de aula vazia, mas os dois são vistos, entretanto apenas Yarimizu é reconhecida. No dia seguinte a história se espalha e a garota sofre com insultos e agressões físicas. Kouta, como não foi reconhecido, afirma para os colegas que não era ele que estava com ela e termina o namoro. Isso pesa ainda mais no conceito que os amigos têm dela. O professor responsável pela turma percebe o que está acontecendo e chama Yarimizu para conversar e faz um discurso sobre como os jovens de hoje são fracos e não suportam pressões. Ou seja, a culpa é da vitamina.
Sem poder contar o que está acontecendo para a família, seria constrangedor demais explicar a razão das agressões, Yarimizu passa a se forçar a ir à escola e a tomar remédios na tentativa de se autodestruir. Por fim ela decide não ir mais a escola. Seu pai a apóia, mas sua mãe não entende. Yarimizu diz que estudará em casa, mas na verdade passa a se dedicar ao seu verdadeiro sonho, desenhar mangás. Sua mãe constantemente a atormenta para que ela vá para escola e a menina começa a arranjar desculpas para não ir, como doenças. Ela se torna hipocondríaca. Passa a ter medo de sair de casa e a se mutilar com estilete. Seu drama só tem fim quando sua mãe finalmente compreende que o sonho da filha é desenhar e que ela não precisa ir à universidade pra isso. Quando as pressões diminuem, o relacionamento entre mãe e filha melhora e através do mangá, Yarimizu expurga seu trauma colocando em quadrinhos tudo o que viveu. A história tem um final feliz e a adolescente consegue dar a volta por cima, mas ela só consegue fazer isso por que obteve o apoio dos pais.

Conclusão
Vitamin é uma critica não só ao bullyng, mas aos valores que a sociedade japonesa prega. Assim como a personagem Yarimizu encontrou em desenhar a “vitamina” para combater sua depressão, Suenobu estimula o leitor a procurar sua própria vitamina. Com sua narrativa ela tenta trazer o leitor para dentro do drama vivido pela personagem e assim despertar nele o olhar critico sobre a situação apresentada e os fatores sociais que a geraram.
Mangás como esse são importantes em uma sociedade onde há pouco diálogo entre adultos e adolescentes como é a sociedade japonesa. Por causa da enorme carga horária de trabalho dos pais e do longo tempo que os filhos passam na escola, a tarefa de discutir assuntos importantes para a formação do caráter dos adolescentes acaba sendo delegada a livros e principalmente a mangás.
No Brasil, onde a sociedade se considera mais aberta em seu relacionamento familiar, mangás como os de Suenobu são vistos como polêmicos e muitas vezes inadequados para o público ao qual se destina. Todavia, o Brasil também tem uma carga horária de trabalho demasiadamente grande, 8 horas por dia, e os seus adolescentes passam muito tempo fora de casa em atividades extraclasse como cursos de idiomas e computação. Sendo assim, mangás que abordam temas como os abordados em vitamin poderiam contribuir na formação do adolescente sem, contudo, substituir o papel dos pais e da escola.

Bibliografia:
CHARAUDEAU, Patrick. Linguagem e discurso: modos de organização/Patrick Charaudeau; [coordenação da equipe de tradução Ângela M.S. Corrêa & Ida Lúcia Machado]. - São Paulo: Contexto, 1ª edição, 2008.
EDUQUENET, Site dedicado a discutir questões relacionadas à educação. Disponível em: http://www.eduquenet.net/bullyng.htm. Acesso em 15 de outubro de 2008.
GOMES, Itania Maria Mota. Efeito e Recepção: A interpretação do processo receptivo em duas tradições de investigação sobre os media. Rio de janeiro: E-papers, 1ª edição, 2004.
JBC Editora. Site de venda de mangás e outros tipos de publicação. Disponível em: http://mangasjbc.uol.com.br/o-que-e-manga. Acesso em: 12 de outubro de 2008.
MAINGUENEAU, Dominique. Novas tendências em análise do discurso/ Dominique Maingueneau; tradução Freda Indursky; revisão dos originais da tradução Solange Maria Ledda Gallo, Maria da Glória de Deus Vieira de Moraes. Campinas, SP: Pontes: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 3ª edição, 1997.
SHOUJO HOUSE: Site de informações sobre shoujo-mangá. Disponível em: http://www.shoujohouse.clubedohost.com/Shoujo/index_pri_1.htm. Acesso em: 10 de outubro de 2008.
SUENOBU, Keiko. Vitamin/ tradução Princit, edição Etriellandoniranius, revisão Sely-chan. Fansub: Manga dream: Site feito por fãs com a intenção de traduzir e disponibilizar gratuitamente mangás para os fãs brasileiros. Disponivel em: http://www.mangadream.xpg.com.br/. Acesso em: 13 de agosto de 2007.